quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Descobri algo: Não nasci para resguardar o sentimento alheio.

Vindo de onde eu vim, com a criação que tive e com as dificuldades que passamos, sempre tive em mente a ajuda ao próximo com o simples objetivo de ver a satisfação no rosto de todos. Desta forma, sempre me entreguei e muito para tudo e para todos e muitas dessas vezes eu acabei me expondo ao extremo, onde me fiz passar por ridículo, falso, mentiroso e até mesmo, um ser “maligno”.



Eu explico: Sempre existirá uma balança onde devemos colocar um limite para o que faremos ao ajudar o próximo. Nos casos em demasia, acabamos nos tornando tão entregues que as pessoas ao redor acabam abusando de nós. E é aí que entra a exposição ao extremo, onde você é julgado por algo que não é e não fez.

Sempre procurei resguardar e proteger tudo e todos de qualquer tipo de situação que pudesse magoar e ferir um coração. É como sempre me senti – protetor, parceiro, anjo, ou até mesmo, chamado de super-homem por várias pessoas. Ser o super-homem nos causa mágoas, pois nós protegemos o próximo, porém, nunca somos protegidos. Somos os esquecidos, pois sempre nos lembramos de todos. Somos os não amados, pois amamos a todos que não tem tempo ou não se lembram de amar. Somos os pisoteados, pois colocamos o corpo a frente de todos. Somos os atingidos, pois paramos qualquer situação para proteger alguém. Se você se sente assim, este texto é para você.

Casos e situações a parte, ontem em casa, com uma bela dor de cabeça por causa de uma sinusite que resolveu aparecer, a quarta via expressa de minha mente resolveu abrir as cancelas e trabalhar junto com as outras três que estavam congestionadas em sentido duplo. O que mais me assustou durante este momento de pensamento é que na exata hora que comecei a refletir sobre tudo o que fiz para ajudar aos outros e tudo o que sempre desejei de bom para todos, eu tive um choque visual e ao mesmo tempo, de lembrança.

Estava na hora de rever alguns conceitos em minha vida, mas isso foi a parte mais fácil. Não gastei mais que quinze minutos para entender e assumir que sempre quando eu penso no próximo, Deus me coloca a prova e isto é a coisa mais importante em minha estrada. Estar a prova é sinal de sempre ser lembrado pelo ser mais importante do mundo, seja uma prova boa ou uma prova ruim.

Veio-me a resposta concreta, mesmo que eu já estivesse a utilizando há alguns dias atrás: Não irei resguardar a mais ninguém, pois nunca fui resguardado. Deixarei sim de ser o super-homem. Pesou em minhas costas a responsabilidade de ser um super protetor, um anjo que ao mesmo tempo é mal, uma pessoa que fala verdades e é interpretada como um mentiroso.

Preciso tomar cuidado com algumas coisas que faço e falo, mas agora, bem menos do que antes.

Quando minha quarta via fechou as cancelas, senti um alívio enorme e conseqüentemente as outras três vias descongestionaram-se. Senti-me melhor. Fui ao banheiro, fiz a barba, aparei o bigode e os pelos salientes para olhar no espelho e ver realmente o que sou:

Um ser humano de carne, osso e que também se fere, seja pelas coisas mais simples da vida. Seja por um simples resguardo.

Bom dia a todos.

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