segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Deus me deu um dom – Informaticar a informática (Memórias de um nerd)

Éramos adolescentes. Mamãe resolveu dar um automóvel de presente para meu irmão. Um opala duas portas, motor 250 S e cambio quatro marchas (o sonho de qualquer um da época). O automóvel estava em boas condições (pintura, conservação, funilaria, bancos, etc...) e tinha um ronco de dar inveja a qualquer um do bairro.


 
O mais sensacional é que nós curtíamos o carango, pois todos os fins de semana ele era lavado, polido e tudo mais que deve ser feito em uma “barca” de respeito. O motor, sempre bem cuidado, recebia o carinho “weekendal” como uma tradição.

O sucesso do bairro. Pegas para lá, pegas para cá e ninguém conseguia pegar o “opalão” dos “meninos da farmácia”. Era a coqueluche do Jaraguá. Passat turbo, Opala, Gol, Saveiro – todos engolidos pelo “diabo verde”.

Até que em um belo “feio” dia, meu irmão sofreu um acidente com o verdão. Voltando de Pirituba, acertou em cheio a muralha do Clube Campestre do Jaraguá. Nada sobrou. Aliás, até sobrou, mas acidentalmente quebrou também (o para –brisa).

Destino do veículo?Praticamente sucata. Os irmãos da banca de jornal do Vadão resolveram comprar o monte de entulho por míseros R$ 1.500,00 da época. Em outra história, conto a reforma do carango.

Aí veio o destino: O que fazer com o dinheiro arrecadado com a venda dos restos quase mortais do opalão? E a idéia surgiu. Vagalume, um colega de bairro, conseguira um lote de computadores AST Bravo para venda. Voilá – compramos o que podemos chamar de “o início do Flávio na era informatical”. A idéia era informatizar a drogaria deixada pelo meu pai (fato que nunca aconteceu, pois utilizávamos o computador em casa).Era uma máquina super potente. Um 486 DX 2 66 com 256 MB de memória e 15 GB de disco rígido.

Um grande amigo me deu o caminho das pedras. Como utilizar, o que fazer, como proceder, etc. Na época a internet não existia e então, nós conectávamos a uma BBS para poder “conversar” com outras pessoas, retirar imagens, jogos, entre outros.

Mas eu queria mais. Não bastava utilizar o computador apenas para diversão. Comecei comprando revistinhas de informática e passei a programar dentro de casa. Que tudo. Sentia-me um rei da computação.

Já mais experiente, veio a oportunidade de dar aulas. Peguei duas escolas de bairros distantes para dar aulas de cursos básicos, como Excel, Power point, Word e Windows. Ótimo, era o que realmente eu curtia, mas ainda era pouco.

Surge então a grande oportunidade de entrar em uma empresa metalúrgica como auxiliar de departamento pessoal. Claro, não tem nada a ver com informática – mas era eu quem cuidava de todos os computadores. Uma rápida passagem – apenas um ano e surge a primeira proposta para trabalhar realmente na área como implantador de sistemas.

Virei praticamente um “work a holic” da informática. Comia livros, revistas e tudo o que tivesse a ver com o ramo. Fiz cursos, me certifiquei, fiz especializações e como num passe de mágica (de quase nove anos), me tornei um experiente desenvolvedor e gerente da área de TI de uma empresa de São Paulo.

Praticamente com todos os sonhos realizados na área, ainda sinto que falta muito, mas muito mesmo para evoluir.

A mensagem que quero deixar neste texto é a seguinte: Se você tem objetivos, alcance-os, por mais árduos que sejam. Caia de cabeça, estude, se mate pelo que deseja. Vale apena. Vale MESMO.

Isto é apenas um resumo de mais de quinze anos na área de informática. Resumido pois neste período, terei muitas outras histórias para contar a vocês.

3 comentários:

  1. Adorei o post!
    Hoje foi perfeito pra mim.... Estou passando por um momento de querer mudanças, mas sem ânimo pra mudar, sabe!?
    Vc tem razão... não adianta "chorar" por algo que não tem, se nem tentou correr atrás do objetivo, né!?
    Bjs! ;)

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  2. Eu bem sei do nerd que existe aí (que até já me ajudou com trabalhos na época da facu...rs).

    E concordo com o comentário acima: tô numa fase de querer mudar, mas...

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  3. Todo mundo tem uma grande história, porém são poucos os que percebem e reconhecem isso.

    Não sabia dessa história, parabéns Flávio!

    Um abraço,

    Álvaro

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